Quando a madrugada entrou eu estendi o meu peito
nu sôbre o teu peito.
Estavas trêmula o teu rosto pálido e as tuas mãos
frias.
E a angústia do regresso morava já nos teus olhos.
Tive piedade do teu destino que era morrer no meu
destino.
Quis afastar por um segundo de ti o fardo da carne.
Quis beijar-te num vago carinho agradecido.
Mas quando meus lábios tocaram teus lábios.
Eu compreendi que a morte já estava no teu corpo.
E que era preciso fugir para não perder o único
instante.
Em que foste realmente a ausência de sofrimento
em que realmente foste a serenidade.
Autor: Vinicius de Moraes
Um comentário:
Tu...és serenidade daquela muito inquietante.
mais beijos
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