Caro eu: Sober

A minha vida tem sido triste desde que partiste.

Ando atormentada com saudades tuas e sinto-me

num vazio. Ainda não percebi bem porque

teve que ser assim. Estavas sempre melancólica,

triste,enquanto eu te tentava compreender,sem

o conseguir. Via-te a olhar para tráz,e tu vias o

tempo a fugir,a passar por ti.

Mesmo assim,quiseste ficar até ao fim,talvez para

me dares um último sorriso,a mim, que tu já mal

reconhecias. Para ti,eu já só era uma velha memó-

ria uma velha fotografia. Na última vez que estive-

mos juntas eu quis fugir e tu já nem sequer acor-

daste. Os teus olhos já estavam frios e tu já eras

um muro em rúinas,prestes a cair. Já não sorrias,

porque para onde foste não há sorrisos.

É outro tempo,outra história. Neste tempo,só ficou

metade de mim.

Ás vezes,à noite,ao luar,olho para o céu e sonho

com a glória de um dia,noutro tempo,voltar a estar

contigo,a outra metade de mim.

Juntas,voltaremos a completar-nos,a rir e a chorar,

amar e odiar,lembrar e esquecer,ser e não ser.

Para sempre.

Sober